segunda-feira, 10 de novembro de 2008

culturel

Essa tal de diferença cultural vai atormentando.
E não somente ela. Vem grudado na diferença o choque!
Choque de diferenças culturais.
Eu fui criada em família católica. Comendo pão com manteiga molhadinho no café com leite. Num pais onde é bem melhor ter curso superior, senão o perrengue é demais. Onde somos obrigados a votar (desde muito cedo alias) e onde não importa o tamanho da crise, o fracasso do governo, a estupidez de muitos ou ainda a ultrajante margem que separa ricos e pobres, sempre no Carnaval todo mundo se diverte como se fosse a ultima vez e como se todos fossem iguais.... só no Carnaval!
Agora vivo num mundo onde é bem mais fácil ser pobre. Fazendo rotação entre as roupas de verão e inverno dentro do armário. Deixei o açúcar de lado e os queijos frescos. Aqui o que não importa é grau universitário, todos são iguais, tem o mesmo direito, e a cultura de cada não esta diretamente ligada ao quanto de dinheiro o individuo possui ou quantos anos de vida académica ele cursou. O sistema de saúde é mais justo, porem nos da menos oportunidades. A quantidade de comida servida em jantares é sempre, absolutamente sempre, bem menor do que EU espero, tb não importando se o jantar é no bairro rico ou no conjunto habitacional. Politica ainda é discutida em mesas de bar ou na banca de jornal da esquina, porem o que se questiona é o que o cara faz ou não faz e não o quão corrupto ele é. A maior preocupação, de tempos em tempos, são as guerras, guerras pelo mundo a fora, soldados isolados em terras hostis. Isso sim é assunto. Na TV podemos ver meninas balançando as bundas pra la e pra cá, mas as bundas são bem mais cobertas. Uma coisa que é exatamente igual, sem tirar nem por são os adolescentes... esses sim tem uma extrema capacidade de mesmo com todas as diferenças sócio-culturais e de língua, sempre se manterem num mesmo padrão... roupas, jeitos, girias... incrível...
Já não me sinto mais tão perdida como antes e me sinto quase que totalmente incluída no cenário local. Me esforço o máximo que posso pra me relacionar com os habitantes daqui, nativos. Não quero deixar quem eu sempre fui pra trás, mas quero ser mais que só isso, quero ser um pouco dos dois. quero me preocupar com os soldados perdidos no Afeganistão, mas só ate o Carnaval...
Aparentemente eu agora tenho uma família canadense. Fui surpreendentemente acolhida com amor e carinho. E ainda que com o rosto vermelho de vergonha e o dente azul de vinho, eu sei que posso cumprir a tarefa de ser uma pessoa interessante. E ao que consta nos tablóides de hoje, eu fui la, botei a cara, conquistei alguns corações e sai vitoriosa, com honra e louvor. No balanço de um dos finais de semana mais tensos da minha vida o resultado é que eu me sai bem.
Viva a diferença cultural...

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