domingo, 18 de março de 2007

Mourir

A Lu subiu no telhado.
Lidar com essa coisa de morte nunca é muito fácil.
Acho que é porque não sabemos muito bem, ou quase nada, onde isso vai dar. Por mais que as crenças sejam cheias de boas intenções, ninguém pode afirmar o que rola depois que a gente vai pra terra do pé junto.
E como se dá uma noticia tão desagradável? Não é fácil! Minha mae é a rainha de dar a má notícia de uma maneira ainda pior. “Fulano de tal morreu!”, assim, como um ataque cardíaco inesperado. Mas também quem é que espera ouvir qualquer coisa sobre morte? Sempre dizemos estarmos preparados pro pior, mas não é verdade.
Pra falar sobre algumas coisas às vezes é preciso preparar o terreno, fazer alguns rodeios. É uma regra. Você não sai falando por aí que o gato de estimação morreu, você fala que ele subiu no telhado, depois que caiu e que foi pro hospital e enfim que morreu... mas não assim “seu gato morreu!”
Esses dias foi a minha vez de ouvir uma má notícia de um jeito inesperado.
Lu era uma amiga muito querida, da família toda. Bonita, jovem, mãe. Me fez a melhor torta de batatas que eu comi na vida, há alguns anos, na casa dela.
Senti já aquela dorzinha da perda. Mas acho que o melhor pra sentir mesmo é aquela coisa de que se lá do outro lado da luz não fosse melhor do que aqui, muitos já teriam dado um jeito de voltar. Então prefiro acreditar que ela está bem, onde quer que isso seja. E guardada aqui, nas minhas lembranças.
Pois é.... A Lu subiu no telhado.
Cariño...

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